terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A Barca das Letras: navegando ao encontro dos esquecidos

Como uma atitude solidária está levando cultura e valorizando a arte popular dos ribeirinhos da Amazônia, sem apoio governamental.


 
E se quiséssemos definir o movimento Barca das Letras - Nossa Casa de Cultura e Cidadania, diríamos um rio de coisas a seu respeito, chegaríamos a vários lugares e nos aprofundaríamos no debate sobre a valorização e o amor à leitura, à arte popular e às populações ribeirinhas.
 
Capitaneada por Jonas Banhos e uma tripulação companheira que muda de sotaque a cada porto, a “Barca das Letras” tem mapeado, instigado e registrado as mais diversas expressões culturais da região amazônica; levando a alegria da "Rádia Megafônica Nossa Casa Amazônia Livre", na simplicidade e criatividade de um megafone que transmite literatura em verso e prosa a muitas comunidades ribeirinhas onde não há acesso a leitura.
 
A “Barca das Letras” é biblioteca comunitária ambulante que doa livros por onde passa, sala de leitura, varal de poesia e fotografia, brincadeira de criança, show de música popular, divulgação de talentos, teatro ao ar livre. É novidade bem-vinda, que chega como chuva, após longa estiagem.
 
Também denuncia, reclama, polemiza sobre a falta de políticas públicas para os povos dessa imensa nação chamada Amazônia.
 
Quilombola, ribeirinha, indígena, cabocla, retirante, migrante, a “Barca das Letras” representa uma atitude de inconformismo ao não reconhecimento de comunidades produtoras de cultura e conhecimentos que vivem à margem das benesses governamentais em todos os níveis.

 

Contemplado com o prêmio Tuxaua Cultura Viva 2010 do Ministério da Cultura, Jonas Banhos traz à tona na “Barca das Letras”, a problemática da falta de incentivo e fomentação à cultura popular enfatizando as comunidades ribeirinhas da Amazônia, mas sem esquecer de outros grupos que também não tem acesso aos programas oficiais de incentivo à cultura.

 

Jonas é o palhaço saltimbanco que leva alegria sem cobrar nada; distribui cultura somente para ver um sorriso tímido virar gargalhada; semeia respeito às tradições culturais; incentiva a preservação da natureza e da Arte Popular para em seguida tocar o apito da sua “barca” avisando que está partindo depois de ver sua missão cumprida e que em breve vai aportar em outras paragens.

 

 

ROZANA BARROS

Professora, historiadora, poetiza e fotógrafa.

Ourém/Pará

1/07/2012

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Boas leituras!!!

Abraços fraternos,

Jonas Banhos
http://barcadasletras.blogspot.com.br/