Enquanto as crianças brincavam e se divertiam com as várias atrações da Barca das Letras no pátio, os adultos expunham seus ideais preocupados com o futuro da sua geração e do país. Os discursos foram unânimes em constatar as dificuldades para a vida dos povos tradicionais/originais com a posição antidemocrática que vem assolando atualmente o Brasil, perseguição aos opositores de modo velado ou explícito, censura velada, destruição do Meio Ambiente e entrega das riquezas nacionais para exploração estrangeira, nitidamente a exploração de minérios e roubo de madeiras em terras indígenas. Um ataque aos direitos constitucionais dos brasileiros.
Durante o evento houve a exposição fotográfica intitulada “Resistência pela Cultura” do jornalista João Carlos Barreto. Na oportunidade, também, aconteceu a entrega de um Notebook doado através da Barca das Letras para o Xavante Ronaldo, residente em Uruaçu GO. Ele recebeu o equipamento das mãos do coordenador da Barca das Letras, Jonas banhos. Ronaldo é um artista que usando seu pequeno celular fazia vídeos de animação, agora, terá o computador para trabalhar, aprimorar a arte e conquistar o seu público.
A Roda de Conversa foi um projeto enviado por Jonas Banhos, coordenador da Barca das Letras, muito atuante, especialmente entre os povos indígenas e ribeirinhos da Amazônica, uma das regiões mais atingidas pelo novo governo. “Eu inscrevi a Barca no projeto Micro Bolsas Diálogos Democráticos. Foram 200 participantes no edital, sendo contemplados dois por região, no Centro Oeste ficou um em Goiânia e o nosso aqui em Brasília,” revelou Jonas.
“Foi muito gratificante, eu estava otimista que o encontro seria muito bom pelo nível das pessoas presentes, mas ao final superou a minha expectativa. Pela participação e apoio do povo Karirí Xocó, dos representantes de outras etnias e convidados, foi um momento histórico. Vimos o interesse na luta pelos direitos constitucionais”. Concluiu.
Durante os pronunciamentos o evento foi intercalado por danças e cânticos dos guerreiros Karirí Xocó, mostrando toda a beleza da sua cultura. Houve oração tradicional da etnia do cacique Álvaro Tucano e dos cânticos e danças de fé dos anfitriões. A receptividade e a descontração durante as refeições oferecidas mostraram a integração geral e o comprometimento total dos participantes.
Para Ivanice Tanoné, uma das poucas caciques mulheres que existem no país e que tem sua aldeia dentro da capital do Brasil, “o evento foi maravilhoso com a participação de pessoas humanas e grandes apoiadores da causa. Foi o primeiro evento na aldeia com a participação da Barca das Letras e espero que aconteçam outros, foi a primeira vez que fizeram atividade com nossas crianças aqui. Foi muito bom, elas se divertiram muito”, disse Tanoné.
“Momento muito rico para o meu povo, vieram aqui grandes lideranças e vários órgãos públicos. Agora começam a nos reconhecer”. A satisfação da Tanoné se refere a que muitos poucos brasileiros têm conhecimento que dentro de Brasília, no setor Noroeste, existe uma reserva indígena que ainda enfrenta lutas para garantir a paz e o espaço territorial que lhes foi legalmente reconhecido.
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Jonas Banhos
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