quarta-feira, 9 de julho de 2014

"A barca de letras e esperança" reportagem na Revista Di Rolê(Brasília/DF)

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[Cidadania] Projeto de literatura-itinerante criado pelo macapaense e candango de coração, Jonas Banhos, completa seis anos de realização de ações por todo o país
*Imagens cedidas pelo idealizador do projeto

Por Ana Helena Araújo
Uma boa ideia na cabeça e muita vontade de ajudar, eis o que bastou para que o servidor público e arte-educador-voluntário em tempo integral – como o próprio se denomina, Jonas Banhos, desse o primeiro passo para o surgimento da corrente de incentivo à literatura que já percorreu quase todo o país ao longo de seus seis anos de existência.
O projeto atende a crianças que vivem às margens dos rios, igarapés, lagos e lagoas de comunidades mais isoladas e distantes da Amazônia, mas também de outras regiões do Brasil. Dentre os objetivos está o de garantir o direito básico à leitura, o acesso ao livro, à literatura e animamos os adultos – pais, irmãos e avós – a montar em cada comunidade visitada, pelo menos, uma biblioteca comunitária viva. “Mas, tudo feito de forma lúdica, alegre, colorida, organicamente viva”, acrescenta Jonas.
A arrecadação de doações começou tímida e hoje tomou forças graças às redes sociais e repercussão das ações da Barca. “A primeira coisa é arrecadar os livros infantis, gibis, brinquedos e material escolar que serão levados para as crianças das comunidades de baixa renda de todo o país. Para isso, fazemos mobilizações e campanhas permanentes pelas redes sociais”, explica o fundador Jonas Banhos. Além de campanhas virtuais, um domingo por mês os voluntários do Projeto Barca das Letras realizam uma intervenção lúdica no Eixão do Lazer, na 107/108 Norte. “Também buscamos em domicílio as doações no Plano Piloto de Brasília, durante a semana, e ainda incentivamos as pessoas a enviarem suas doações pelo correio”, acrescenta. A repercussão do projeto é tanta que Jonas conta já ter recebido livros da Bolívia e da Holanda, além é claro, das doações de todos os Estados brasileiros.
Para o fundador do projeto, morador da capital desde 1999, o conceito da iniciativa é simples e o segredo está no que se doa, que vai muito além de livros e matérias escolares. “Cansado de esperar e de ficar só reclamando, resolvi agir em prol do bem comum. Eu e um grupo de voluntários começamos a agir mais do que falar. Como beija-flor querendo apagar um imenso incêndio, começamos a colocar em prática nossas ideias, de forma livre, autônoma, comunitária, sempre com muito afeto e amorosidade em nosso pensar e agir. A partir daí, espalhamos nossa ideia e motivar outras pessoas que também acreditam na força libertadora da leitura, da poesia, da literatura, do lúdico, da arte”.
O grande diferencial do projeto está no que o grupo faz após a arrecadação do material. Eles não apenas encaminham as doações, mas realizam vivências com as comunidades atendidas pelo projeto. “Geralmente eu sigo de avião de Brasília até a capital do Estado da Amazônia ou do sertão nordestino, por exemplo, e de lá, me junto aos voluntários interessados em ir naquela determinada ‘mochilada cultural’”, conta.
Após reunir os voluntários o grupo segue até a comunidade de destino pelo meio de transporte que estiver disponível. “Da capital do Estado até chegar à comunidade, podemos pegar barco, carro, ônibus, transporte alternativo, bicicleta, carroça e, até, uma caminhada, dependendo do destino final”.
A vivência do grupo na comunidade pode durar até oito horas por dia e possui programação que envolve todos os membros da comunidade. “Tem distribuição gratuita de livros, gibis, brinquedos e material escolar; rodas de leitura dos livros; brincadeiras; pinturas; ‘contação’ de histórias pelos mais velhos da comunidade; animação com o palhaço Ribeirinho e sua Rádio Megafônica NossaCasa; divulgação de editais de cultura; varal de poesias”, explica.
O último passo da ação social acontece logo após o retorno de Jonas e sua equipe da comunidade atendida, com a publicação de um texto com fotos no blog do Projeto para, dentre outros fins, prestar contas aos doadores e apoiadores. “Esse retorno é importante para divulgar e tirar da ‘invisibilidade social’ aquela determinada comunidade e sua cultura viva”, conclui Jonas.
A rede de voluntários do Projeto Barca das Letras conta com, pelo menos, cinquenta pessoas atuando em cada ação do projeto. “São pessoas muito especiais, solidárias, que financiam seu próprio trabalho voluntário, já que não possuímos recursos financeiros”, enfatiza Jonas.
A perspectiva do Projeto, para os próximos anos , segundo Jonas, é de continuar navegando cada vez mais pelas comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas muitas vezes desconhecidos dos que vivem nas cidades às quais as comunidades pertencem.

Seja um voluntário ou doe livros
Quem quiser ser voluntário da Barca das Letras basta entrar em contato pelo email barcadasletras@gmail.com. O voluntário pode ajudar na arrecadação e coleta de livros, na divulgação da Barca das Letras ou indo nas Mochiladas Culturais pelas comunidades atendidas pelo projeto.
A sede física do projeto fica localizada na cidade de Macapá, no Amapá (Av. Ernestino Borges 567-A), no Bairro Laguinho, onde funciona uma biblioteca comunitária, desde 18 de março de 2009.

Captura de tela 2014-07-09 às 15.27.43Barca das Letras na comunidade Foz do Macacoari (Itaubal/Amapá)
Captura de tela 2014-07-09 às 15.27.51Barca das Letras na Comunidade Santo Antonio (Capitão Poço/Pará)
Captura de tela 2014-07-09 às 15.27.58Barca das Letras na Aldeia Kiriri Cajazeira (Banzaê/Bahia)
Captura de tela 2014-07-09 às 15.28.06Barca das Letras na comunidade Carmo do Macacoari(Itaubal/Amapá)


FONTE:
http://www.arevistadirole.com.br/slides/a-barca-de-letras-e-esperanca/

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Para mais informações entre em contato conosco pelo barcadasletras@gmail.com.

Boas leituras!!!

Abraços fraternos,

Jonas Banhos
http://barcadasletras.blogspot.com.br/