sexta-feira, 24 de maio de 2013

Cultura Viva Comunitária Latinoamericana em La Paz: sim, eu ví!

 




Sim eu ví!!!
Durante seis preciosos dias, tardes e noites, eu vi(venciei) de perto a rica, diversa, fluente, alegre e caudalosa Cultura Viva Comunitária Latinoamericana.
 




 








Sim, eu ví a beleza da cidade mais indígena da Bolívia e que traz em seu nome, um sonho que não é só meu, é de todos nós: La Paz!!!





Sim, eu ví pelas ruas, pelos comércios, pelos restaurantes a força, a luta do trabalho diário árduo e dos variados jeitos gentis do povo indígena boliviano, que soube acolher tão bem a todos os participantes do 1º Congresso Latinoamericano Cultura Viva Comunitária.



Sim, eu ví o esforço de várias pessoas(as quais raramente saem nas fotos dos jornais, sites, redes sociais) para que não faltasse a nenhum participante: comida, limpeza dos locais, segurança, informação, som, luz!




Sim, eu ví cruzar por mim, milhares de olhares curiosos e coloridos de crianças(de todas as idades) que, às vezes sem entender o que alí acontecia, se permitiram entrar nas brincadeiras amorosas e afetuosas de palhaços de todos os naipes, cores e nacionalidades latino-americanas.






 




Sim, eu ví Assaltos Poéticos pelas ruas de La Paz. Era uma tal de ocupação de cultura popular latino-americana para tudo que era gosto e lado: Poética del Sueño, que tratava do sonho que precede a ação; Poética de la Rebeldía, relativa às muitas revoluções já ocorridas por ali e acolá; Poética de la Muerte, sobre a transcendentalidade das ações em vida; Poética de la Memoria, relembrando os ancestrais do povo local; Poética del Cuerpo, remetendo à lenda de Tupac Amaru ou Tupac Katari, revolucionário pré-colombiano cujo corpo teria sido dividido em dois e colocado em diferentes cantos do mundo. 
Os assaltos representaram, como um todo, a eterna luta do povo latinoamericano pela sua independência e soberania. “Tomar o céu de assalto é tomar a vida com poesia, ou seja, com alegria plena”, alardeia no gogó, em alto e bom som, o boliviano Ivan Nogales, um dos idealizadores do congresso e fundador da COMPA – Comunidade de Produtores em Artes, com sede em El Alto.

Foto: MIchele Torinelli
foto: Michelle Torelli
foto: Binho Perinotto
 

 Sim, eu ví bem de pertinho o discurso em defesa da Cultura Viva Comunitária Latinoamericana(1% do PIB de cada país para Cultura; 0,1% deste orçamento destine-se a programas de fomento à cultura viva comunitária). Um dizer forte, coerente e emocionado do nosso querido Célio Turino, idealizador do Programa Cultura Viva no Brasil(ainda no Governo Lula), e, autor do livro Ponto de Cultura O Brasil de baixo para cima:
"Escutaram a voz dos silenciados da América Latina??!!! Mais do que pelas ditaduras militares, fomos colonizados e invadidos pela cultura. Nosostros por nosostros!  Estamos aqui para afirmar uma idéia: a idéia de que a cultura comunitária está viva”



Sim, eu ví  encantado uma rua toda fechada aos domingos para dar passagem às manifestações artísticas, à cultura popular da Bolívia e de outros países latino-americanos que por alí estavam, participando do Congresso Latinoamericano Cultura Viva Comunitária, em La Paz.















Sim, eu ví os tambores de nossos ancestrais rufarem a quatro mil metros de altitude, ví o jovem rapper boliviano rimar cultura + periferia + poesia + vida; ví a índia amazônica fazer todo o "micro" tremer, rumo ao "Asalto Poético" a La Paz.





Sim, eu ví o Teatro dos Compa da Bolívia, da Argentina, da Colombia, do Chile, da Costa Rica, do México, ganhar as ruas e o público do Mercado Camacho, da Plaza San Francisco, do Domingo no Prado, do Cemitério perto de El Alto.
 


Sim, eu ví pessoas sentadas, deitadas, agachadas e até em pé lendo na Barca das Letras e dizendo em voz alta, recitando desavergonhadamente, as letras da literatura em quadrinhos, poesias e contos e dizeres vindos do Brasil(Paulo Freire, Adélia Pradro, Thiago de Melo), Uruguai(Eduardo Galeano), Bolívia, México e de todas os países da América Latina sendo recitadas, faladas, pensadas e assimiladas por nossas amadas crianças bolivianas, brasileiras e argentinas; por diversos fazedores de cultura viva comunitária; por bolivianos passantes.  
 
 
 
 



foto: Ricardo Venturini




 
 
Sim, eu ví novas e frutíferas amizades fraternas nascendo e que, por certo, darão ótimos reencontros de cultura viva comunitária, sejam nas nossas comunidades ribeirinhas da Amazônia, na periferia de Vitória(ES), em El Alto e Cochabamba(Bolívia), no México, pela Argentina, no interior da Colômbia e até na Alemanha!!! Viva a cultura viva!!!



   


 
 
 
 Sim, eu ví a solidariedade de amigos da cultura viva recém-conhecidos ou já conhecidos, mas recém-encontrados pelas ruas e hotéis de La Paz, que sem os quais não teria conseguido instalar a Biblioteca Itinerante Barca das Letras durante o Encontro Latinoamericano Cultura Viva Comunitária. A todos vocês(Alcione, Herialdo, Célio Turino, Silvana Bragatto, Ricardo Venturini, Joy Izauri) sou ternamente grato, meus queridos amigos!!!


 
 
Sim, eu ví a solidariedade de amigos e simpatizantes da nossa Biblioteca Itinerante Barca das Letras, que contribuíram financeiramente via site Alteridade de financiamento coletivo(crowdfunding) ou me ofereceram ajuda pessoalmente. A vocês caros amigos fraternos, sou muito grato:
 
Airy Gavião(DF)
Antônio Carlos(DF)
Carol Banhos(DF)
Edgar Borges(RR)
George Diab(GO)
Glaucy Fisco(RJ)
Ivina Kathialda(DF)
L2 Produções(RJ)
Marcia Abbud(SP) 
Rogério Castelo(AP)






Jonas Banhos
cuidador da Barca das Letras

2 comentários:

  1. Obrigada, Jonas, por nos contar como foi o encontro! É uma inspiração para todos nós que acreditamos na força transformadora da cultura.
    Terezinha Costa

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  2. Valeu Terezinha!!! Continuamos firmes e em frentes com a cultura viva!!!
    abçs fraternos,

    jONAS bANHos

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