sábado, 9 de novembro de 2013

Barca das Letras: cinco anos incentivando a leitura pelos rios da Amazônia ao Chui

 
Barca das Letras na Comunidade Carmo do Macacoari - Itaubal-Amapá

A Biblioteca Itinerante Barca das Letras nasceu para servir os povos(as crianças, principalmente) da nossa floresta amazônica, que vivem(ou tentam viver) em harmonia com a mãe natureza, às margens de rios, igarapés, furos, ilhas, lagos. Eles são os nossos povos tradicionais(ribeirinhos, quilombolas, extrativistas, pescadores artesanais) ou originários(indígenas) que da floresta só retiram o necessário para sua sobrevivência e de seus filhos, guardando o restante para as futuras gerações. Geograficamente isolados, vivem em pequenas comunidades com dez, vinte, trinta casas por agrupamento e alí criam seus filhos, geralmente, sem médicos, energia elétrica, telefone e, claro, educação de qualidade, mas com muita alegria e colocando em prática os fartos saberes herdados de seus ancestrais.

Comunidade Foz do Rio Macacoari - Itaubal(Amapá)
 
É dentro deste contexto, que a Barca das Letras vem atuando, desde 21 de abril de 2008, navegando amorosa e alegremente pelas águas da Amazônia(Amapá, Pará, Roraima, Tocantins) e também por outros biomas por ai e acolá(Piauí, Ceará, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul), distribuindo gratuitamente milhares de livros, revistas, gibis, brinquedos, material escolar, os quais são arrecadados, principalmente, em intervenções urbanas realizadas mensalmente em Brasília e pelas redes sociais, pelo seu idealizador, o arte-educador-voluntário, o amapaense Jonas Banhos, que tem suas origens maternas na Comunidade Quilombola Conceição do Rio Macacoari e, também, por voluntários-parceiros de outras cidades, como Macapá, Belém e São Paulo.

Barca das Letras no Eixão do Lazer (107/108 - Norte)

Em cada porto que a Barca das Letras se instala acontece uma verdadeira festa literária e de solidariedade, que pode durar de quatro a vinte horas, dependendo de cada comunidade visitada. E as primeiras pessoas que surgem para brincar na biblioteca são elas, as protagonistas principais desta história: as crianças. E são muitas, dezenas de crianças, que vêm, com seus sorrisos largos, cheias de criatividade e olhos brilhando de tanta emoção, para: montar a biblioteca, enfeitando-a com muitos panos coloridos e adereços das próprias comunidades; brincar de ler os livros e gibis; pintar o sete, a cara e as paredes dos espaços comunitários onde acontecem as brincadeiras; desenhar os animais da floresta, seus barcos e as suas próprias casas; cantar cantigas de roda, músicas de criança; contar e ouvir histórias dos livros e da própria comunidade; falar na Rádia Megafônica NossaCasa Amazônia Livre apresentada pelo Palhaço Ribeirinho(Jonas Banhos); tomar banhos de rio; aprender a tirar foto; vestir-se de palhacinho para animar os participantes; participar das rodas de abraço e poesia; criar consciência ambiental com a intervenção Lixo Cultural Sonoro, que chama a atenção para o lixo doméstico de cada um jogado no rio ou pela comunidade; reciclar com arte o lixo seco espalhado pela comunidade(artereciclagem); assistir o cineminha animado à noite com pipoca ou caroço de açai com farinha; apresentar sua cultura local e seus talentos(grupos de marabaixo, carimbó, batuque, hip hop, gospel, artesanato); ver as exposições fotográficas(suas próprias fotos) e/ou de artistas-parceiros.


 
 






 













 


 




Mas a Barca das Letras só funciona com a ajuda de muitos voluntários que se envolvem amorosa e alegremente nas intervenções realizadas mensalmente em cada comunidade ribeirinha e nas campanhas de arrecadação de livros nas cidades. Todos os voluntários acreditam que a leitura, a educação popular e a cultura popular podem ajudar a fortalecer e melhorar a qualidade de vida das comunidades ribeirinhas e com isso contribuir para manter as futuras(e atuais) gerações em seus territórios, sem sofrer o pernicioso êxodo rural, o que garantirá, por via de consequência, a preservação da nossa floresta amazônica.  Desde seu início, dezenas de voluntários já participaram das mochiladas culturais da Barca das Letras pelas diversas comunidades ribeirinhas já vivenciadas. Todas pessoas especiais, que se deslocam de suas cidades (São Paulo, Distrito Federal, Roraima, Pará, Amapá), pagando suas próprias despesas, para gentilmente participar das intervenções de incentivo à leitura, compartilhando seus saberes e, principalmente, aprendendo com os povos da floresta, vivenciando sua cultura e seu modo de vida tradicional, simples e harmonioso, que ainda é muito invísivel aos olhos dos que vivem nas nossas cidades.
 
 
 
 



 

 

Minha terna gratidão a todos que contribuem(familiares, amigos, doadores, voluntários, comunitários, parceiros governamentais e não governamentais) amorosamente para este sonho tornar-se cada dia mais vivo!!!

Arte feita pelo artista visual Neuton Chagas(PA) e doada pra Barca das Letras
 
Logo Barca das Letras presenteada pela Joy Izauri
Arte feita pela produtora cultural Joy Izauri(SP) e doada pra Barca das Letras


Curta aí também a animação da Barca das Letras feita e gentilmente doada pelo artista visual Neuton Chagas(Pará):



abraços fraternos,


Jonas Banhos
Idealizador e Cuidador da Barca das Letras

Serviço:
Para doações ou participação como voluntário:
(61) 8167 1254 - Jonas Banhos
http://barcadasletras.blogspot.com.br/
Barca das Letras (facebook)

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Para mais informações entre em contato conosco pelo barcadasletras@gmail.com.

Boas leituras!!!

Abraços fraternos,

Jonas Banhos
http://barcadasletras.blogspot.com.br/